Deus não deve nada a nós!


Das poucas convicções que carrego nessa jornada, uma delas é voraz, que se Deus me lançasse às profundezas do inferno, de lá eu gritaria “Bendito é o Justo Senhor, cá estou por meus méritos”. 

A certeza da salvação é justamente a certeza de que se dependesse de mim, eu sou digno da ira divina. O meu pecado, as minhas mazelas e a minha depravação crucificaram Jesus. O juízo que era pra mim recaiu sobre Ele. Imagine a seguinte cena; você tem uma dívida alta com um agiota, você não tem mais recursos para sanar a dívida, então o agiota vai ao seu lar, começa uma discussão e cobrança, o agiota empunha uma arma e quando ele vai atirar, sua mãe se joga na frente e leva o tiro por você, o agiota te olha e diz “Pois bem, a dívida está paga”. Não sentir o peso do pecado é o mesmo que ir ao cinema com o agiota depois do ocorrido. 

Tudo de bom que eu faço e tenho, é pura misericórdia e benevolência de Deus, pois minha natureza é má e devastadora. Não há diferença substancial entre nós e um serial killer, ambos somos dignos da ira divina, você agora está dizendo “Misericórdia, eu nunca matei ninguém” o apóstolo João diz que quem odeia seu irmão é assassino (1Jo 3:15), agora parece que igualamos o fator substancial pecaminoso, e é claro que dentro da escala moral são diferentes, mas, substancialmente é o mesmo delito, assassinato. 

A gente tem o hábito caído, adâmico, de sempre comparar nosso pecado com o do irmão e definir qual é o menos pior, quando na verdade, o nosso modelo a ser comparado é a pessoa de Jesus Cristo, são seus ensinamentos. Se eu não aceitar a Cristo, o inferno é o meu destino, e com justiça. Aceitar a Cristo não é algo na subjetividade, é essencialmente a prática, o pensamento, o comportamento, a obediência aos seus ensinos, o mesmo João diz que se eu afirmar que conheço a Cristo e não o obedeço, sou mentiroso e estou em trevas. 

Jesus é a esperança de vida, a única esperança que nós miseráveis pecadores temos, e Ele estendeu por misericórdia a salvação a nós, não podemos achar que merecemos de alguma forma e pior ainda, não podemos tratar como se não fosse algo importante e sacrificial a vida com Jesus. Ele morreu a minha morte para que a vida Dele me alcançasse. 

Esse é o evangelho, isso é o cristianismo, essa é nossa fé e esperança.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Páscoa de Charis

RESILIÊNCIA