O Pai nosso por meio de Cristo
Texto áureo: Mateus 6:9
[9] — Portanto, orem assim: “Pai nosso”
Conforme o relato de Mateus, Jesus está expondo uma série de ensinamentos que, apelidamos de o sermão da montanha, sermão do monte ou ainda, as leis de Cristo, ou as Leis do Reino dos Céus. No relatório de Lucas 11, o ensino acerca da oração vem mediante um pedido “Ensina-nos a orar” (Lc 11:1). Os discípulos mesmo com o recém envolvimento nas atividades de Cristo perceberam que Ele orava constantemente, e talvez na iminência do Discipulado, eles pediram “Nos ensina a orar”, ao observarem os discípulos e ex discípulos de João, perceberam que estes oravam, e o impulso primeiro não foi outro senão “ensina-nos a orar”.
Jesus prontamente os ensina o modelo da oração, e alerta para não sermos hipócritas como os fariseus que optam por demonstrações públicas de disciplinas espirituais, nem como os gentios que usam de vãs repetições. A oração que se segue a partir daí, revela a grandeza de Cristo, Deus só ouve a nossa oração porque Cristo é o começo e o final dela.
O primeiro aspecto da oração é o “Pai” . Esse aspecto aponta para uma faceta de Deus que até então não era comum, a relação com Deus YHWH era próxima, mas em caráter dialogal distante quanto aos pronomes de tratamento. É importante perceber que a todo momento Jesus se refere à Jeová como Pai, mas na oração que ele passa aos discípulos, ele transmite esse mesmo nível de revelação, está intrínseco nesse tópico aquilo que Ele dirá mais pra frente “Quem me vê a mim vê o Pai” Jo 14:9. A relação paternal é manifesta logo no princípio da oração, e eis o fator do porque esse é o modelo da oração, porque Deus aqui é o pai bondoso que atende seus filhos, é o pai que vai no jardim em busca do coração rebelde e pervertido, é o pai, não um Deus, ou um atributo desse Deus, mas inteiramente Deus e inteiramente PAI.
O segundo ponto é a sequência direta “nosso”. Esse atributo da oração apresenta um caráter duplo a ser observado. O primeiro atributo é que Deus é pai nosso no sentido de eu ser filho de Deus, claro, por meio de Cristo, Ele é quem intermedia o caminho da adoção, é por meio de Cristo que deixamos de ser estranhos e inimigos de Deus e agora reconciliados (Cl 1:21), e nesse sentido há algo divinamente belo, onde Cristo que é o unigênito do Pai, prenuncia a primogenitura, onde de Filho único, Cristo voluntariamente nos abraça como irmão mais velho.
O segundo atributo é que é pai nosso, no sentido de que eu não sou o único filho, ou seja, existe uma fator coletivo, um fator unitário, existe uma fator sacerdotal latente nessa declaração, esse valor se verbaliza por Jesus ao orar em João 17:22-23 “[22] Eu lhes transmiti a glória que me deste, para que sejam um, como nós o somos; [23] eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.” Essa declaração do pai nosso, revela não só uma faceta de Jeová como Pai, como também revela o caráter do Filho e a adoção por meio de sua obra.
Essa oração não se trata da liberdade de pedir coisas como uma criança tem em pedir um brinquedo ao papai ou mamãe, muito pelo contrário, essa oração se trata da libertação da solidão e orfandade, se trata de termos uma família mística e real, natural e espiritual, se trata não dá liberdade de falar “eu quero x coisa” mas, da liberdade de agradecer “obrigado Senhor por me adotar e me dar Um Cristo, uma família e um lar em Cristo”. Essa oração só toca o coração de Deus porque é a revelação do Filho, a garantia que a oração será ouvida, é simplesmente porque Cristo é o princípio e o principal dela, e essa é a nossa segurança, Cristo.
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